Aprender A
Florescer
Ela era uma jovem das famílias mais ricas de Los Angeles. Prestes a se casar, seu noivo foi convocado para o Vietnã. Antes, deveria passar por um treinamento de um mês.
Enamorada, ela optou por antecipar o
casamento e partir com ele. Ao menos poderia passar o mês do treinamento
próximo dele, antes de sua partida para terras tão longínquas e perigosas.
Próximo à base do deserto da
Califórnia onde se daria o treinamento, havia uma aldeia abandonada de índios
Navajos e uma das cabanas foi especialmente preparada para receber o casal.
O primeiro dia foi de felicidade.
Ele chegou cansado, queimado pelo sol de até 45 graus. Ela o ajudou a tirar a
farda e deitar-se. Foi romântico e maravilhoso.
Ao final da semana estava infeliz e
ao fim de dez dias estava entrando em desespero.
O marido chegava exausto do treinamento que começava às cinco horas da
manhã e terminava às dez horas da noite. Ela era viúva de um homem vivo, sempre
exaurido.
Escreveu para a mãe, dizendo que não agüentava mais e perguntando se
deveria abandoná-lo.
Alguns dias depois, recebeu a
resposta. A velha senhora, de muito bom senso lhe enviou uma quadrinha em
versos livres que dizia mais ou menos assim:
"- Dois homens viviam em
uma cela de imunda prisão. Um deles olhava para o alto e enxergava estrelas. O
outro, olhava para baixo e somente via lama. Abraços. Mamãe."
A jovem entendeu. Ela e o marido
estavam em uma cela, cada um a seu modo. Ver as estrelas ou contemplar a lama
era sua opção.
Pela primeira vez, em vinte dias de
vida no deserto, ela saiu para conhecer os arredores. Logo adiante
surpreendeu-se com a beleza de uma concha de caracol. Ela conhecia conchas da
praia, mas aquelas eram diferentes, belíssimas.
Quando seu marido chegou naquela
noite, quase que ela nem o percebeu tão aplicada estava em separar e
classificar as conchas que recolhera durante todo o dia.
Quando terminou o treinamento e ele foi para a guerra, ela decidiu
permanecer ali mesmo.
Descobrira que o deserto era um
mar de belezas.
De seus estudos e pesquisas resultou
um livro que é considerado a obra mais completa acerca de conchas marinhas,
porque o deserto da Califórnia um dia foi fundo de mar e é um imenso depósito
de fósseis e riquezas minerais.
Mais tarde, com o retorno do esposo
do Vietnã, ela voltou a Los Angeles com a vida enriquecida por experiências
salutares. Tudo porque ela aprendera a florescer onde Deus a colocara.
Existem flores nos jardins bem
cuidados. Existem flores agrestes em pleno coração árduo do deserto.
Existem flores perdidas pelas orlas
dos caminhos, enfeitando veredas anônimas.
Muitas sementes manifestam sua vida
florescendo a partir de um pequeno grão de terra, perdido entre pedras brutas,
demonstrando que a sabedoria está em florescer onde se é plantado.
Florescer, mesmo que o jardineiro
sejam os ventos graves ou as águas abundantes.
Florescer, ainda que e as condições
de calor e umidade nem sempre sejam as favoráveis...
Texto extraído da: Redação do Momento Espírita, com base na palestra
“Floresça Onde Fôr Plantado”, proferida por Divaldo Pereira Franco.... Em
17/07/2009
www.momento.com.br
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